Letras, desenhos, símbolos, fotografias em papel. Pequenas relíquias guardadas por recordação, saudade e mais. Algumas são folhas vulgais, mas cada uma é personalizada e tem uma marca de diferença. Motivos que levem a que guarde, toque, sinta, leia e reveja cada um dos momentos sem excepção.
Pequenas relíquias que guardo
O Dia Mundial das Telecomunicações, celebrado hoje, 17 de Maio, fez-me recordar o passado e transpô-lo para o presente. Se noutros tempos trocava cartas com familiares e amigos e conhecia outros, agora é diferente. O papel está a ser esquecido. E a culpa de quem é?
Uma resposta imediata podia ser: A culpada é a Internet e as novas tecnologias! Mas não o considero de todo correcto. É verdade que com o novo media tudo é mais fácil e rápido. O poder falar, em tempo real, com um amigo ou familiar que está a quilómetros de distância de nós é das melhores coisas que inventaram.
Entre o contacto via Internet e a escrita por carta, hoje, a escolha é óbvia. E quem faz essa opção? A escolha é proveniente das pessoas e não do meio. Por isso, que considero incorrecto 'culpar' as novas formas de comunicação.
Escolhas à parte. Lembro-me da troca de correspondência, das cartas e postais enviados e recebidos. O cheiro do papel, as letras e mensagens nele expostas. Isto as novas tecnologias não conseguem alcançar.
O que é feito do Fernando Medeiros, de Rabo de Peixe, na ilha S. Miguel dos Açores? Na última carta recebida, ele disse que tinha concluído o 9º ano e que pretendia continuar a trabalhar numa oficina, onde já trabalhava. E agora?
E o Tomás Paiva? Bem, conheceu-me através de uma fotografia e memorizou o meu nome, que disse ser um "nome tão giro, para uma menina tão linda". Num papel, misturou português, francês e inglês em palavras e 'cantadas' e deixou um "with or without you... I can´t live...". Coisas de adolescência. O "até probably as férias grandes", escreveu ele, é que nunca aconteceu. Será que o Tomás continua em França?